quarta-feira, 1 de junho de 2011

Mostra Introdução do Cinema na Televisão


Por Roque Araújo 

Roque Araújo, junto com a DIMAS e a FUNCEB, queremos mostrar com esta Exposição os equipamentos que foram fundamentais na Introdução do Cinema Televisão Brasileira. São esses equipamentos que contam toda a história dessa transformação que até pouco tempo, todos os sistemas de vídeo eram baseados em formas analógicas e deu origem a esse novo sistema digital.

O que eram as chanchadas?

A chanchada foi um gênero de filme brasileiro que teve seu auge entre as décadas de 1930 e 1950. Elas eram comédias musicais, misturadas com elementos de filmes policiais e de ficção científica. Esse tipo de humor, porém, não pode ser considerado uma invenção brasileira, pois fitas assim também eram comuns em países como Itália, Portugal, México, cuba e argentina. Quando o gênero chegou por aqui, a crítica nacional o considerava um espetáculo vulgar, por isso ele foi apelidado de chanchada – palavra de origem controversa, mas que pode ter surgido na língua espanhola, significando porcaria’’. A aversão dos críticos, no entanto, não prejudicou o sucesso de bilheteria desses filmes. 
“Com seu humor quase sempre ingênuo, às vezes malicioso e até picante, a chanchada se impôs como um entretenimento de massa”, diz o jornalista Sérgio Augusto, autor do livro este mundo é um pandeiro – a chanchada de Getúlio a JK. Para conquistar o público, as primeiras produções apresentavam grandes astros do rádio, como Carmem Miranda e Francisco Alves. Mais tarde, a dupla de comediantes Oscalito e Grande Otelo iriam se tornar a sensação dessas fitas. Apesar da influência do cinema americano, que volta e meia tinha filmes sendo parodiados, as chanchadas costumavam ser essencialmente brasileiras, tratando de problemas do cotidiano e fazendo humor com uma linguagem de fácil compreensão.
Segundo o diretor Carlos Manga, um dos mais importantes do gênero, a estrutura das histórias era dividida em quatro partes: mocinho e mocinha se metem em apuros; cômico tenta protegê-los; vilão leva vantagem; vilão é vencido. Mesmo com essa fórmula bastante simplista, o público lotou os cinemas brasileiros para assistir a chanchadas até meados da década de 50. O desenvolvimento da TV no país, o surgimento do cinema novo - outro estilo de filme, mais politizado – e o desgaste natural do gênero fizeram com que a chanchadas fossem perdendo espaço. Mas elas entraram para história ao marcar um dos períodos mais produtivos do cinema nacional.              . 


O cinema novo: “Uma câmera na mão. Uma idéia na cabeça.’’

Jovens frustrados com a falência das grandes companhias cinematográficas paulistas resolveram lutar por um cinema com mais realidade, mais conteúdo e menor custo.  vai nascendo o cinema novo.
Tudo começa em 1952 com o primeiro congresso paulista de cinema brasileiro e o primeiro congresso nacional do cinema brasileiro.  por meio desses congressos, foram discutidas novas idéias para a produção de filmes nacionais.  Uma nova temática de obras já começa a ser abordada e concluída mais.  adiante, por uma fase do cinema que se concretiza na década de 50.
Essa nova fase pôde ser bem refletida a partir do filme rio, 40 graus (1955) de Nelson pereira dos santos.  as propostas do neo-realismo italiano que Alex Viany vinha divulgando, foram à inspiração do autor do filme.
Um trecho do livro a fascinante aventura do cinema brasileira (1981), de Carlos Roberto de Souza, expressa bem quais eram as pretensões do cinema nessa época: “Rio, 40 graus, era um filme popular, mostrava o povo ao povo, suas idéias eram claras e sua linguagem simples dava visão do distrito federal”. Sentia-se pela primeira vez no cinema brasileiro o desprezo pela retórica. O filme foi realizado com um orçamento mínimo e ambientado em cenários naturais: o Maracanã, o Corcovado, as favelas, as praças da cidade, povoada de malandros, soldadinhos, favelados, pivetes e deputados ’’. Surgia o cinema novo.
Empolgados com essa onda neo-realista e frustrada com a falência dos grandes estúdios paulistas, cineastas do rio de janeiro e da Bahia, resolveram elaborar novos ideais ao cinema brasileiro. Tais ideais, agora, seriam totalmente contrários aos caríssimos filmes produzidos pela Vera Cruz e a versos ás alienações culturais que as chanchadas refletiam.
O que esses jovens queriam era a produção de um cinema barato, feito com ’’uma câmera na mão e uma idéia na cabeça’’.  os filmes seriam voltados à realidade brasileira e com uma linguagem adequada à situação social da época. Os temas mais abordados estariam fortemente ligados ao subdesenvolvimento dos pais.
Outra característica dos filmes durante o cinema novo é que eles tinham imagens com poucos movimentos, cenárias  simplórios e falas mais longas do que o habitual. E muitos  ainda  eram  rodados  em  preto  e branco.


 Cinema  Novo: Primeira  fase.


Na primeira fase desse movimento, os filmes começavam a abordar nessa fase. Uma temática  voltada   ao  nordeste    todos  os problemas  que   região  abri vai.  estréiam  filmes importantes  com: ”Vida seca ‘‘ e  ’’Deus  e  o  Diabo  na Terra  do  Sol.”.
 núcleo  mais  popular  do  cinema  novo  na  época  era composto  por.  Glauber Rocha, Nelson  pereira  dos  Santos, Joaquim  Pedro de Andrade, Carlos   Diegues, Paulo César Saraceni,  Leon  Hirszman,  David   Neves,  Ruy  Guerra    Luis Carlos  Barreto.
Ao  redor  dessas   personalidades,   Cinema  Novo  foi composto  por  três  importantes  fases.    primeira   delas vai  de  1960 a  1964.  nesse  período   os  filmes  voltados ao  cotidiano   a mitologia  do  nordeste    brasileiro,  com os  trabalhadores  rurais   as  misérias  da  região  era abordada  também   marginalização  econômica, a  fome  a violência,   opressão    alienação   religiosa.  algumas das  produções  que  melhor  expressa  essa  fase  são  os filmes  vidas  secas  1963,    de  Nelson  Pereira   dos Santos,   os  fuzis   1963,   de  Ruy Guerra,  Deus   o “Diabo na  Terra do  Sol” 1964, de  Glauber  Rocha.
“Vidas  Secas”, exibe   melhor  performance  da  direção de Nelson  Pereira  dos  Santos.  A obra, uma adaptação dolivro de  Graciliano  Ramos  representou   Brasil  no  Festival de  Cannes  de  1964,  onde  dominou   temática  do  campo, já    filme  de  Glauber   Rocha,  Deus o  Diabo  na  Terra  do Sol,  de  acordo  com   livro  de  Carlos  Roberto  de  Souza, a  fascinante   aventura  do  cinema  brasileiro, era    ‘’ libertação  completa  da  linguagem  cinematográfica  de  seus entraves  coloniais  Glauber  rocha  dava  expansão   que   o  próprio  instinto  vital  da  cultura   brasileira   explodisse com  liberdade  na  tela,  entrando  em  choque  mortacom o  cinema  estrangeiro.
Também  exibido  em  Cannes,  embora  sem  ter  alguma premiação,   filme   de  Glauber  Rocha  foi  considerado  o auge  do  Cinema  Novo  e consequiu,  além de  um  bom público,  vario  elogios,  inclusive  da  critica  francesa. O cinema  novo acaba, mas deixa grandes filmes na história
A boa dose de realismo e a audácia precursores do movimento não resistem por muito tempo à repressão da época. Mas mesmo assim, as fases finais do Cinema Novo trouxe grande filmes, como Macunaíma, estrelado pelo brilhante Grande Otelo.
   A segunda fase do cinema brasileiro agora tem um novo propósito. Os cineastas analisavam agora, os equívocos da política desenvolvimentista e principalmente da ditadura militar. Os filmes também faziam reflexão sobre os novos rumos da história nacional. Nessa fase, que vai de 1964 à 1968, obras características são: o desafio( 1965 ), de Paulo Cezar Saraceni, o bravo guerreiro (1968), de Gustavo Dahl, terra em transe ( 1967 ), de glauber rocha.   “Terra  em Transe” conquistou dois prêmios no Festival de Cannes. de acordo com depoimentos de Glauber Rocha, que aparecem na coleção 100 anos de república, o cineasta afirma que ele faz é contra ``a ditadura estética e comercial do cinema americano, contra a mentalidade conservadora dos critico se a favor do público, não paternalizando, ou seja pensando que um mensagem mastigada vai mudar a consciência e acabar com a alienação.
A terceira e ultima fase do cinema novo, que vai de 1968 a 1972 é, agora, influenciada pelo tropicalismo. O movimento levava suas atitudes às ultimas conseqüências e extravasou por meio do exotismo brasileiro, com palmeiras, periquitos, colibris, samambaias, índios, araras, bananas. Um marco dessa fase é o filme Macunaíma (1969),de Joaquim Pedro  de Andrade. A obra se utilizava  de uma das grandes figuras da chanchada, Grande Otelo, que estrelava como um herói sem nenhum caráter. Descreve o livro a fascinante aventura do cinema brasileiro, de Carlos Roberto de Souza, Otelo vive ’’o brasileiro preguiçoso e fanfarrão, sensual e despravado, que luta para ganhar dinheiro sem trabalhar.”
Mas logo a repressão política deu fim ao movimento e até  alguns dos seus cineastas tiveram de se exilar. Grande parte das produções foram fracassos comerciais. Além disso, ”se os diretores do cinema novo procuraram se adaptar às novas circunstâncias, mantendo-se fiéis um grande público, a parcela mais jovem do grupo de realizadores que se formava a sua volta recusou-se a isso’’, como completa o livro de Carlos Roberto de Souza. Surge então um novo movimento no pais, o cinema marginal.

Pornochachada: Dos 70 aos

A pornonchachada surgiu no começo dos anos 70 e durou até meado dos 80, quando perdeu espaço para a invasão do pornô americano. O /;que me faz refletir: por que, já que o produto nacional era muito mais criativo, implícito, engraçado, com história e muitas vezes mais sensual até, pela insinuação instigante? Só tenho uma resposta: pela sacanagem mesmo. Na época ninguém pensava muito no que eu citei, já que o grande barato era assistir um filme inteiro para ver cinco ou seis cenas com peitinhos e bundinhas á vista e uma ou outra com um amassa mais forte. E dá-lhe imaginação aos espectadores tarados. Com a chegada do pornô explícito, o que se via às vazes na pornochanchada conseguia-se analisar detalhadamente em abundância com “upgrades’’para outros detalhes anatômicos, além de ver realmente aquilo que se fantasiava.   
    Pense bem: tesão por tesão, o que é melhor, a “fantasia criativa’’ou o “sexo escancarado’’? Situações apimentadas do cotidiano nacional, perfeitamente inseridas na nossa realidade ou puro sexo casual, muitas vezes surreal e inalcansável por nós, reles mortais? Na minha sincera opinião, eu fico com os dois. São linhas distintas, feitas de maneiras diferentes, com direcionamentos singulares andando paralelamente. Por mim, poderiam muito bem conviver pacificamente, e uma não acabaria com a outra. Mas foi em outra época, em oura situação, em que a história brasileira tem um pouco de culpa.

A pornochanchada, de certa maneira, foi uma evolução das chanchadas brasileiras dos anos 50 e uma resposta ao cinema italiano, que na época fazia comédias que flertavam com a sacanagem. O que moldou a “cara’’ da pornochanchada foram essas inspirações cinematográfica, aliada a histórias simples, à latente sexualidade dos anos 70 e a um precário orçamento. Orçamento  esse que em muitas vezes era patrocinado pela Embrafilme,  do governo. Sim, o governo militar até gostava da pornochanchada, pois não havia nenhuma alusão política ou filosofal, insinuava sem mostrar e entretia o povão, desviando a atenção de idéias potencialmente perigosas ao sistema repressor. Um verdadeiro circo romano. Daí a grande  rivalidade com os produtores e diretores do “novo’’ cinema brasileiro da época, que lutavam contra a censura e não entendiam a liberdade dada às produções da “boca do lixo’’ (ou até entendiam, mas se sentiam injustiçados).
Os anos 70 foram do erotismo, da revolução sexual, da descoberta do nú em revistas masculinas. Da libertação do corpo e da mente. O que explica o grande sucesso da pornochanchada. O que foi um alívio, devido a uma grande ressaca ideológica e algumas vaze incompreensível do cinema novo. Foi enterrado por um estilo solto, criativo, de fácil entendimento, de produção baixa e que proporcionava uma renda muito maior – e conseqüentemente um grande gerador de empregos.
Criou verdadeiras musas na época, o que dava um sabor mais especial: Aldine Müller, Helena Romos, Vera Fischer, Matilde Mastrangi... E também tinha seus ídolos, que inspiravam o machão’’ brasileiro, como David Cardoso. Sem esquecer de mencionar Antonio Fagundes ( e sua famosa cueca vermelha ) Nuno Leal Maia, Jardel Filho.
Alguns dos filmes mais significativos da pornochanchada: “Viúva Virgem’’(1972), que foi considerado aprimeira pornchanchada,” A Superfêmea” (1973), que lançou a então ex-Miss Brasil Vera Fischer ao cinema, “ O Estripador de Mulheres’’ (1978), com Aldine Müller, “O Amante de Minha Mulher’’ (1979), como David Cardoso, “mulher objeto’’ (1981), considerado o maior sucesso de Helena Ramos e o polêmico “Amor, Estranho Amor’’(1982), que teve como principais protagonistas Vera Fischer, Matilde Mastrangi e Xuxa.   


                             




  

 
                             



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