terça-feira, 25 de outubro de 2011

O Palhaço - Selton Mello

Estreou essa semana em Salvador o segundo filme do diretor Selton Melllo.Como pouco tempo de estrada o filme já é considerado um sucesso de crítica e de público.  
Benjamim é o palhaço Pangaré, que coordena com o pai, o também palhaço Puro Sangue (Paulo José, soberbo), o Circo Esperança, uma trupe itinerante no interior do país, talvez na década de 1980. Ele faz as rotinas típicas do personagem, diverte a plateia no picadeiro, só não é feliz. Benjamim tem a fala baixa, sobrancelhas caídas e ar melancólico – melancolia, aliás, que dá o tom nos bastidores (curioso como um nariz de palhaço na testa pode traduzir tristeza). Um depressivo em potencial, vivendo em conflito. "Eu faço o povo rir, mas quem vai me fazer rir?", pergunta em determinado momento.

É uma história de autodescobrimento clara e direta, sem firulas. Essas sobram para adornar o filme, um primor visual. O figurino, direção de arte e fotografia fazem não só o circo explodir em cores, mas até mesmo a terra vermelha, os canaviais e as casas judiadas do interior brasileiro. "O Palhaço" naturalmente enche os olhos. E os ouvidos, graças ao belo desenho de som e à trilha sonora inspirada de Plínio Profeta.

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